ASSIM SEJA
por Cruz e Sousa
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Fecha os olhos e morre calmamente!
Morre sereno do Dever cumprido!
Nem o mais leve, nem um só gemido
traía, sequer, o teu Sentir latente.
Morre com a alma leal, clarividente,
da Crença errando no Vergel florido
e o Pensamento pelos céus brandido
como um gládio soberbo e refulgente.
Vai abrindo sacrário por sacrário
do teu Sonho no templo imaginário
na hora glacial da negra Morte imensa…
Morre com o teu Dever! Na alta confiança
de quem triunfou e sabe que descansa.
desdenhando de toda a Recompensa!

EXERCÍCIO SOBRE “O EMPAREDADO”
(PROSA POÉTICA DE CRUZ E SOUSA)
por Stella Leonardos
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Quem nega que essas pedras emparedam
– tantas e tantas pedras cumuladas –
são cúmulos de céus apedrejados,
asas de astros partidos que se empedram?
Entre as penas do pássaro apressado
e cada pedra posta sobre pedra
repercute teu solo negregado.
Com…