Imagino o mundo midiático como uma estreita e movimentada faixa por onde trafegam os acontecimentos midiáticos. Me pergunto sobre quais as vantagens que teríamos, caso vivêssemos nessa movimentada faixa de acontecimentos.
A única vantagem, me parece, seria a de trafegarmos em segundos, pelas vias do Brasil, da Turquia, Bélgica, África do Sul, Bangladesh, e, por artes de um pequeno cutucão num cacho de sílabas, nos instalarmos nas esquinas badaladas de Nova York, ou na beleza agreste e fria da Patagônia.
Olho para os acontecimentos, acotovelando-se para ganharem o maior naco de atenção nas telas, e vejo que aquilo que chamei de vantagem não é vantagem alguma. Vivêssemos no mundo midiático, e certamente seríamos esmagados por esse terrível tráfego das notícias de morte. Morreríamos junto com reféns, em restaurantes de Bangladesh, morreríamos em aeroportos, salpicados por explosões terroristas fatais. Morreríamos junto com as vítimas inocentes da perseguição policial, morreríamos por apenas…
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