Pessoas que filmaram o momento tiveram seus celulares apreendidos; equipamentos de som e instrumentos musicais da equipe também foram confiscados.
Fonte: PM interrompe apresentação teatral e prende ator em Santos – Portal Fórum
Pessoas que filmaram o momento tiveram seus celulares apreendidos; equipamentos de som e instrumentos musicais da equipe também foram confiscados.
Fonte: PM interrompe apresentação teatral e prende ator em Santos – Portal Fórum
See on Scoop.it – BOCA NO TROMBONE!
Ditadura brasileira planejava criar armas nuclearesA junta militar que governava o Brasil na década de 70 do século passado pretendia desenvolver armas nucleares próprias.
See on pposmose.blogspot.com
O nome do ministro Joaquim Barbosa, atual presidente do STF (Superior Tribunal Federal), lidera a lista de prováveis candidatos à presidência da República pelo PMB (Partido Militar Brasileiro), legenda que está em processo final de legalização junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A informação foi confirmada pelo idealizador do partido, Capitão Augusto Rosa, no início da semana. Segundo ele, Barbosa possui todos os requisitos necessários para assumir o cargo por sua competência e senso e justiça. “A postura do ministro diante de grandes escândalos, como no caso do Mensalão, por exemplo, comprova a intolerância de Barbosa quanto à corrupção. Essa postura vem ao encontro aos ideais do PMB, que está em busca de candidatos que possam resgatar a moralidade na política nacional”, enfatizou Rosa.
A candidatura de Joaquim Barbosa já ganhou apoio popular. Existe até um site “lançando” o ministro a presidente da República. No ar desde oito de outubro de 2012, a página usa o slogan “Somos brasileiros que acreditam que o Brasil só achará seu caminho com um presidente sério” e traz diversas informações como biografia, fotos, charges e dezenas de depoimentos elogiosos ao relator do Mensalão. O site, criado por um grupo de jornalistas do Rio de Janeiro, pode ser acessado pelo endereço joaquimbarbosapresidente.com.br.
Esse tipo de manifestação, segundo o idealizador do Partido Militar, expressa a vontade da população por uma verdadeira revolução no cenário político, que se encontra em total descrédito. “Político no Brasil virou sinônimo de piada, de avacalhação. Até quando isso vai continuar? Enquanto não houver pessoas sérias no comando, o país vai permanecer nessa desordem. A população precisa voltar a acreditar e respeitar o Brasil e os seus representantes legais”, ressaltou Augusto Rosa.
O convite oficial para pré-candidatura do ministro deverá ser feito nas próximas semanas em audiência a ser marcada na capital federal. Para lançar candidatos às eleições de 2014, o PMB – que já possui CNPJ aprovado – precisa entregar até o mês de setembro 485 mil assinaturas de apoio à sua criação ao TSE. Para atingir a meta, a militância do partido está promovendo uma grande mobilização pelo país. De acordo com a direção do PMB, mais de 300 mil pessoas já manifestaram apoio à legenda.
fonte: PMB
Cartas de Geisel a Videla mostram elos da Operação Condor |
Dario Pignotti, via Carta Maior
Jorge Videla cumpriu o papel que dele se esperava na Operação Condor, o pacto terrorista que há 27 anos ocupou um capítulo importante na agenda argentina com o Brasil. O ditador Ernesto Geisel recebeu de bom grado a “nova” política externa do processo de reorganização nacional (e internacional), tal como se lê nos documentos, em sua maioria secretos, até hoje, obtidos pela Carta Maior.
“Foi com a maior satisfação que recebi, das mãos do excelentíssimo senhor contra-almirante César Augusto Guzzetti, ministro de Relações Exteriores, a carta em que Sua Excelência teve a gentileza de fazer oportunas considerações a respeito das relações entre nossos países […] que devem seguir o caminho da mais ampla colaboração”.
A correspondência de Ernesto Beckman Geisel dirigida a Videla exibe uma camaradagem carregada de adjetivos que não era característico desse general, criado numa família de pastores luteranos alemães.
“O Brasil, fiel a sua História e a seu destino irrenunciavelmente americanista, está seguro de que nossas relações devem basear-se numa afetuosa compreensão […] e no permanente entendimento fraterno”, extravasa Geisel, o mesmo que havia reduzido a quase zero as relações com os presidentes Juan Perón e Isabel Martinez, quando seus embaixadores na Argentina pareciam menos interessados em visitar o Palácio San Martin do que frequentar cassinos militares, trocando ideias sobre como somar esforços na “guerra contra a subversão”.
A carta de Geisel a Videla, de 15 de dezembro de 1976, chegou a Buenos Aires dentro de uma “mala diplomática”, não por telefone, como era habitual. No documento consta “secreto e urgentíssimo”, ao lado dessa nota.
Em 6 de dezembro de 1976, nove dias antes da correspondência de Geisel, o presidente João Goulart havia morrido, em seu exílio de Corrientes, o qual, de acordo com provas incontestáveis, foi um dos alvos prioritários da Operação Condor no Brasil, que o espionou durante anos na Argentina, no Uruguai e na França, onde ele realizava consultas médicas por causa de seu problema cardíaco.
Mais ainda: está demonstrado que, em 7 de dezembro de 1976, a ditadura brasileira proibiu a realização de necropsia nos restos do líder nacionalista e potencial ameaça, para que não respingassem em Geisel a parada cardíaca de origem incerta.
Não há elementos conclusivos, mas suspeitas plausíveis, de que Goulart foi envenenado com pastilhas misturadas entre seus medicamentos, numa ação coordenada pelos regimes de Brasília, Buenos Aires e Montevidéu, e assim o entendeu a Comissão da Verdade, da presidenta Dilma Rousseff, ao ordenar a exumação do corpo enterrado na cidade sulista de São Borja, sem custódia militar, porque o Exército se negou a dar-lhe há 10 dias, depois de receber um pedido das autoridades civis.
Voltemos à correspondência de Geisel de 15 de dezembro de 1976.
O brasileiro escreveu em resposta a outra carta, de Videla (de 3 de dezembro de 1976), na qual ele se dizia persuadido de que a “Pátria…vive uma instância dinâmica no plano das relações internacionais, particularmente em sua ativa e fecunda comunicação com as nações irmãs”.
“A perdurável comunidade de destino americano nos assinala hoje, mais do que nunca, o caminho das realizações compartilhadas e a busca das grandes soluções”, propunha Videla, enterrado ontem junto aos crimes secretos transnacionais sobre os quais não quis falar perante o Tribunal Federal N1, onde transita o megaprocesso da Operação Condor.
Os que estudaram essa trama terrorista sul-americana sustentam que ela se valeu dos serviços da diplomacia, especialmente no caso brasileiro, onde os chanceleres teriam sido funcionais aos imperativos da guerra suja.
Portanto, esse intercâmbio epistolar enquadrado na diplomacia presidencial de Geisel e Videla, pode ser lido como um contraponto de mensagens cifradas sobre os avanços do terrorismo binacional no combate à resistência brasileira ou argentina. Tudo em nome do “interesse recíproco de nossos países”, escreveu Videla.
Em dezembro de 1976, 9 meses após a derrubada do governo civil, a tirania argentina demonstrava que, além de algumas divergências geopolíticas sonoras com o sócio maior, havia de fato uma complementariedade das ações secretas “contra a subversão”.
Assim, pouco após a derrubada de Isabel Martínez, o então chanceler brasileiro e antes embaixador em Buenos Aires, Francisco Azeredo da Silveira, recomendou o fechamento das fronteiras para colaborar com Videla, para impedir a fuga de guerrilheiros e militantes argentinos.
Por sua parte, Videla, assumindo-se como comandante do Condor celeste e branco, autorizava o encarceramento de opositores brasileiros, possivelmente contando com algum nível de coordenação junto aos adidos militares (os mortíferos agremiles) destacados no Palácio Pereda, a mansão de linhas afrancesadas onde tem sede a missão diplomática na qual, segundo versões, havia um número exagerado de armas de fogo.
Entre março, mês do golpe, e dezembro de 1976, foram sequestrados e desaparecidos na Argentina os brasileiros Francisco Tenório Cerqueira Júnior, Maria Regina Marcondes Pinto, Jorge Alberto Basso, Sergio Fernando Tula Silberberg e Walter Kenneth Nelson Fleury, disse o informe elaborado pelo Grupo de Trabalho Operação Condor, da Comissão da Verdade.
O organismo foi apresentado por Dilma Rousseff perante rostos contidamente iracundos dos comandantes das Forças Armadas, os únicos, entre as centenas de convidados para a cerimônia, que evitaram aplaudi-la.
Ao finalizar o ato realizado em novembro de 2011, o então secretário de Direitos Humanos argentino Eduardo Luis Duhalde declarava a este site que um dos segredos melhor guardados da Operação Condor era a participação do Brasil e a sua conexão com a Argentina, e que essa associação delituosa só será revelada quando Washington liberar os documentos brasileiros com a mesma profusão com que liberou os documentos sobre a Argentina e o Chile.
Averiguar até onde chegou a cumplicidade de Buenos Aires e Brasília será mais difícil depois do falecimento de Videla, mas não há que se subestimar as pistas diplomáticas.
Em 6 de agosto de 1976, um telegrama “confidencial” elaborado na embaixada brasileira informa a seus superiores que o ministro de Relações Exteriores Guzzetti falou sobre a “nova” política externa vigente desde que “as forças armadas assumiram o poder” e a da vocação de aproximar-se mais do Brasil, após anos de distanciamento.
Ao longo de 1976, os chanceleres Azeredo da Silveira e Guzzetti mantiveram reuniões entre si e com o principal fiador da Condor, Henry Kissinger, que, segundo os documentos que vieram a público há anos a pedido do Arquivo Nacional de Segurança dos EUA, recomendou a ambos ser eficazes na simulação no trabalho de extermínio dos inimigos.
“Nós desejamos o melhor para o novo governo [Videla] […] desejamos seu êxito […]. Se há coisas a fazer, vocês devem fazê-las rápido […]”, recomendou o Prêmio Nobel da Paz estadunidense, ao contra-almirante e chanceler Guzzetti, em junho de 1976.
Tradução: Katarina Peixoto
Enviado por luisnassif, ter, 21/05/2013 – 09:10
Por Marco Antonio L.
Da Rede Brasil Atual
Audiência pública mostra vínculo do alto comando da ditadura com torturas e mortes
Ex-militante conta na Comissão da Verdade da cidade de São Paulo como foi libertada do DOI-Codi em 1975, após visita do general comandante do 2° Exército, seu primo por Eduardo Maretti, da RBA publicado 20/05/2013 18:37, última modificação 20/05/2013 18:57 Mozart Gomes. Câmara Municipal
Sarita afirmou que, depois que seu tio passou pelo local, os militares passaram a oferecê-la privilégios
São Paulo – A ex-militante do Partido Comunista Brasileiro Sarita D’Ávila Mello contou hoje (20), na Comissão da Verdade municipal de São Paulo, que a presença de seu primo, o general Ednardo D’Ávila Mello, então comandante do 2º Exército, foi determinante para sua soltura do DOI-Codi, onde ficou por cerca de dez dias. Sarita foi solta numa sexta-feira, 24 de outubro de 1975, um dia antes da chegada do jornalista Vladimir Herzog ao local. Herzog foi assassinado no dia seguinte.
O general Ednardo era primo do pai dela, Newton Nunes D’Ávila Mello. “A intenção desta audiência foi mostrar a interferência direta do comandante do Segundo Exército, fardado, dentro do sistema da repressão”, explicou o presidente da Comissão da Verdade, vereador Gilberto Natalini (PV), durante o evento na Câmara Municipal, no centro da cidade. “A tortura, portanto, não era feita por loucos sem comando. O general Ednardo foi lá pessoalmente para evitar que uma parente sua fosse torturada como os outros presos.”
Sarita relatou que o general Ednardo D’Ávila Mello chegou à sala quando ela estava começando a receber choques elétricos. “Quando vi o general, pensei que fosse meu pai, por serem parecidos”. Segundo ela, o general pediu aos torturadores que preservassem a vida da moça. Ele teria solicitado ainda aos que a custodiavam que dessem um suco de laranja a ela. Sarita afirmou ter recusado aceitar o suco se suas companheiras de prisão também não recebessem o “privilégio”. À tarde, relatou, ela e todas as suas colegas de prisão receberam leite com café e pão com manteiga.
Hoje professora de História, Sarita D’Ávila Mello contou que foi presa em casa e que preferiu não fugir, mesmo ao chegar em casa e encontrar a polícia. Ela diz que foi ao DOI-Codi com o pai sob o pretexto de que iria apenas prestar depoimento, mas, ao chegar lá, o pai foi dispensado.
De acordo com Sarita, no dia seguinte à sua prisão seu pai conseguiu falar com o comandante do Segundo Exército. “Meu pai disse a ele: ‘Não quero me meter no trabalho de vocês’, e pediu ao primo para que a minha vida fosse preservada”, lembrou. Depois da visita do tio às dependências do DOI-Codi, contou, não foi mais interrogada. Lembrou também que ficou encarcerada ao lado da sala em que pessoas eram torturadas e que ouvia gritos e música sertaneja em volume alto.
No depoimento na Câmara, ela se dirigiu aos jovens presentes à audiência para dizer que “corrupção existia também na ditadura, como hoje, mas a diferença é que na ditadura tudo ia para baixo do tapete”. “Na ditadura – acrescentou –, só se discutia e se fazia isso que estamos fazendo aqui, hoje, na clandestinidade.” Para Sarita, os militares que participavam da repressão eram “cães raivosos”. A ex-militante disse que nunca mais militou depois de sua prisão e libertação.
O advogado Belisário dos Santos Junior, que atuou na defesa de ex-presos políticos, disse que o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) foi o período em que mais houve assassinatos da ditadura brasileira (1964-1985). “Não se pode esquecer que esse aparato de cães raivosos era formado por homens que tinham família e filhos. Jorge Rafael Videla comungava todos os domingos. O lugar onde Sarita esteve foi emprestado pelo governo Paulo Maluf ao 2º Exército”, disse Santos Junior, em referência ao ditador argentino e ao ex-governador biônico, que cedeu em 1978, por decreto, o prédio onde Sarita esteve presa.
A foto de Herzog
A Comissão da Verdade da Câmara Municipal recebe, na semana que vem, o fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, que atualmente mora nos Estados Unidos. Vieira fez a famosa foto de Vladimir Herzog morto na cela em 1975. Na época com 22 anos, ele trabalhava para a Polícia Civil e a imagem foi resultado de uma “aula prática”.
Vieira visitará o antigo prédio do DOI-Codi com uma comissão de vereadores na segunda-feira (27) e, na terça, dará seu depoimento em audiência pública na Câmara. Ambos os eventos serão às 11h.
O vereador Natalini contou que a comissão está tentando o depoimento de Delfim Netto, ministro da Fazenda durante o regime autoritário, para tentar mostrar a versão civil da ditadura e mostrar os empresários que financiavam os militares. A comissão ainda não obteve retorno de Delfim.
Publicado em 18/05/2013
Agora só lhe restará o consolo dos obituários que seguramente muitos sobrenomes ilustres publicarão no jornal La Nación, sintoma de que a oligarquia argentina chora o último de seus bandidos.
O Conversa Afiada reproduz texto da Carta Maior:
Oscar Guisoni, especial para Carta Maior
Nasceu entre baionetas e armas e morreu só, em uma cela, ao amanhecer, como costumam morrer algumas ratazanas. O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla chegou ao mundo em 2 de agosto de 1925 em uma pequena cidade da província de Buenos Aires. Seu pai era militar e seu avô havia sido governador na província de São Luis, no final do século XIX, em um período onde era amo e senhor da Argentina outro assassino, Julio Argentino Roca, o homem que conduziu a campanha militar que exterminou os indígenas na Patagônia e que instaurou o projeto oligárquico e liberal reivindicado pelos ricos produtores agropecuários do porto de Buenos Aires para impor seu projeto de república bananeira.
Foi assim como seu destino esteve ligado desde o início à casta militar a que pertencia. Uma casta que, durante o século XX, se erigiu em guardiã da ordem conservadora, interrompendo pela força os processos democráticos populares desde 1930, sempre sob as ordens dessa oligarquia portenha que se acreditava dona do país, que havia se aliado com a Inglaterra no século XIX e que, partir de 1955, se aliaria com os Estados Unidos.
E como as armas sempre estão acompanhadas pela cruz, o futuro assassino dos pampas se transformou desde jovem em um católico devoto. Ele se casou com uma senhora de pomposo sobrenome anglo-saxão, filha de um embaixador, com quem teve sete filhos, e em poucos anos ascendeu como estrela fulgurante entre a dura hierarquia das baionetas. Em 1960 – enquanto a Argentina mergulhava em um dos períodos políticos mais instáveis, com o peronismo proscrito desde 1955 e os militares interrompendo a vida civil do país de forma contínua -, dirigiu a Academia Militar, até que o então ditador Alejandro Agustín Lanusse o nomeou diretor do Colégio Militar da Nação, uma das instituições aristocráticas nas quais se formavam os futuros generais que depois conduziam os golpes de estado.
Em 1973, o ex-presidente Juan Domingo Perón consegue que se movimento político possa participar nas eleições depois de 18 anos de proibição e regressa ao país em meio a uma agitada situação política, com os militares em retirada em um punhado de movimentos guerrilheiros surgidos nos anos sessenta que ameaçavam encerrar também pelas armas a luta de poder no país. São os tempos da Guerra Fria e em todo o continente as castas militares e seus aliados econômicos se preparam para executar o que logo se conheceria como Plano Condor, uma repressão sistemática e generalizada coordenada pelos Estados Unidos para acabar para sempre com a insurgência armada e qualquer possibilidade de estabelecer alianças e sistemas econômicos diferentes na América Latina em relação aos então vigentes. Nesse ano, Videla se transformou o chefe do Estado Maior do Exército, promovido pelos seus próprios pares.
Em 1974, o envelhecido Juan Domingo Perón morre e assume o governo sua mulher, a direitista María Estela Martínez de Perón, “Isabelita”, que abre o caminho para a formação de grupos de ultradireita como a Triple A, que, à sombra do Estado, começam a executar dirigentes de esquerda, deputados, intelectuais, abrindo as portas ao terrorismo de estado. Em 1975, “Isabelita” o nomeia comandante em chefe do Exército, o lugar a partir do qual executará no ano seguinte o último golpe de estado na história contemporânea argentina.
Desde o começo, ditadura inaugurada por Videla em 1976 teve muito claro seus objetivos: “reorganizar” o país através de um “processo” sangrento (o governo se autodenominou “Processo de reorganização nacional”), capaz de extirpar pela raiz toda possibilidade de instaurar outro projeto econômico que não o apoiado pelas elites portenhas proprietárias das ricas terras expropriadas a força dos povos indígenas, um século antes.
O novo ditador assumiu com gosto sua função de exterminador, tal como havia feito um século atrás Juan Lavalle, o primeiro militar argentino que colocou à disposição dos latifundiários as armas do exército para dirimir pela força os diferentes projetos de país em disputa que tinham surgido da Revolução de Maio e da independência da Espanha, em 1816. Ele se sentia tão cômodo em sua nova função que até se permitiu conceber um novo método para assassinar inimigos políticos: a desaparição forçada de pessoas. Dessa maneira, explicou, se poupavam o aborrecimento de ter que fuzilar os seus opositores. Para isso, os militares sob seu comando criaram uma rede de campos de concentração clandestinos nos quais os prisioneiros eram torturados primeiro e depois lançados ao mar ou em uma fossa comum, impedindo que seus familiares encontrassem seus corpos. Para completar o horror, as Forças Armadas se apropriavam não só das propriedades dos presos desaparecidos, como também de seus filhos, que eram distribuídos entre militares e empresários amigos.
O regime que inaugurou e que dirigiu até 1980, afundou na própria infâmia depois da derrota na Guerra das Malvinas, em 1982. Em 1983, junto com o retorno da democracia, chegam também os primeiros ares de justiça e, em 1984, começa o mítico processo judicial das Juntas Militares que culmina com a condenação à prisão perpétua de Videla e seus capangas. Em 1991, o peronista Carlos Menem os indulta, como parte de seu projeto político neoliberal que implica ter as Forças Armadas contentes enquanto os setores oligárquicos continuam desfrutando do modelo econômico instaurado em 1976.
Em 2003, assume a presidência Néstor Kirchner, um peronista mais próximo da esquerda, que anula os indultos e abre a porta para a continuidade dos julgamentos. Videla volta á prisão e é envolvido em um punhado de julgamentos, dos quais sai condenado. O mais simbólico ocorre em 2010, quando é apontado como um dos principais responsáveis pelo roubo de bebês, um dos crimes mais repugnantes da ditadura.
Passou seus últimos anos na cadeia, já que seu excelente estado de saúde não permitiu que gozasse dos benefícios da prisão domiciliar, usufruído por alguns de seus cúmplices. Da sua solidão e ostracismo até se permitiu questionar o atual governo por ter permitido que se retomassem os julgamentos, mas nunca quis pedir perdão nem se mostrou arrependido de seus crimes. Ao cair da noite da quinta-feira, sentiu-se mal e comunicou o fato a seus carcereiros. Na madrugada de 17 de maio morreu como havia nascido, entre armas, na solidão e no ostracismo, tal como devia morrer: na prisão, condenado por seus crimes contra a humanidade. Agora só lhe restará o consolo dos obituários que seguramente muitos sobrenomes ilustres publicarão no jornal La Nación, sintoma de que a oligarquia argentina chora o último de seus bandidos.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
Durante los días que el rey Juan Carlos I estuvo con Videla desaparecieron al menos 10 ciudadanos. Imposible que el monarca no oyera los gritos que ya circulaban por el mundo entero.
Cristina Fallarás Follow @fallaras
17/01/2013 – 20:20h
Los Reyes llegan a Argentina y son recibidos por el dictador argentino Rafael Videla, en 1978.
El 26 de noviembre de 1978 el rey Juan Carlos I de España viajó a Argentina. Al día siguiente, lunes 27, se encontró con el presidente argentino de facto Rafael Videla. Aquel mismo lunes desaparecieron a Alfredo Antonio Giorgi y Calos Santiago Mires, de quienes no sé nada más que eso, que los desaparecieron, quien sabe si mientras Videla pronunciaba ante el rey español sus palabras de bienvenida:”Este es un día de memorable encuentro filial. Todos los argentinos lo hemos aguardado con desbordante afecto, conscientes de su transcendencia y su dinámica proyección de futuro”. Memorable. Transcendencia. Futuro.
Al día siguiente, martes 27, desaparecieron a Hernando (Tito) Deria, Gertrudis Marta (Lucy) Laczik de Poblete, Hugo Alberto Merolo, Claudia Victoria Poblete Hlaczik, Jose Liborio (Pepe) Poblete Roa y Marta Inés Vaccaro de Deria. Nada más sé de ellos, solo que los desaparecieron mientras el rey de España, de la España democrática en construcción, se encontraba con los dirigentes de un Congreso que ya no existía, porque Videla y compañía lo habían disuelto, como habían prohibido los partidos políticos, pero qué le iban a importar al monarca los partidos, a él, que acababa de ser designado por un dictador, de oca a oca y tiro porque me toca. Al muerto se le puede llamar realpolitik y sentarlo a cenar, que no abrirá la boca.
Suele suceder que si uno construye sobre un terreno que alberga una balsa, en algún momento la casa empieza a resquebrajarse. Si la balsa es de aguas negras, de material en descomposición, poco a poco las tuberías se arrancan a exhalar un tufo repugnante y constante. Si esa poza oscura guarda un cadáver, cien cadáveres, mil cadáveres, el hedor de la muerte acabará haciendo la vida imposible. Y además, las grietas.
Los muertos de la balsa gritaban, majestad, usted los oyó gritar allí, era imposible no hacerlo, miles de personas en campos de concentración, en salas de tortura, en cárceles clandestinas, en talleres de horror, concentrados, gritando. Imposible no oírlos. Si hasta yo los oigo ahora, a través de los años. Las vendas que les cubrían los ojos en los campos constantemente, días, semanas, ¿sabe, majestad que se volvían de cemento? Después de jornadas de sudor, lágrimas y sangre, se endurecían como el vidrio y cortaban el tabique, la nariz. Usted oyó los desgarrones de los vientres abiertos, oyó el berrido de aquel hombre a cuyo hijo dieron picana ante su desesperación, oyó a la madre que moría reventada en el parto pro robo, a la cría violada hasta la muerte a jirones, el grito del tipo que recibió la foto de su madre sobre el suelo, desnuda, montada por los perros de los militares, tuvo que oírlos, como el murmullo de los curas católicos que confesaban a los torturadores, pobres chicos, que alivien sus conciencias. Usted estaba allí y tuvo que oírlo, majestad, porque usted estaba allí el día que le reventaron la cabeza al chaval de una patada, y sabía, claro que sabía, usted estaba recibiendo su premio de manos de quien ordenaba una madera más entre las piernas. Todo está AQUÍ guardado, narrado hasta la náusea, búsquese, busque lo que sucedió exactamente aquellos días, identifique el grito que decidió no oír y que olvidó.
El dictador argentino Videla rinde homenaje al rey Juan Carlos.
Allí estuvo usted, Juan Carlos, y allí se quedó, porque él, el máximo responsable del horror extremo, sonreía, y sus generales sonreían, y sus perros sonreían. Y todo era gracias a usted.
Estamos sentados a la mesa. No dejo de darle vueltas a su foto con Videla, majestad, y me decido a preguntarle a Raúl Argemí, con quien comparto casa e hija: “En el 78, cuando el rey de España visitó Argentina yo estaba preso en los pabellones de la muerte, Unidad 9 de La Plata. Así se les conocía internacionalmente, pabellones de la muerte. Él también, claro, ¿cómo no iba a conocerlos? Estábamos ahí los tipos que consideraban que habíamos sido jefes en la guerrilla, y cada vez que sucedía algo que les molestaba a los militares, algo como una denuncia internacional, sacaban a uno y ya no volvía, como Gonzalo Carranza, cuya madre vivía a las afueras de Barcelona, como tantos… Si no nos desaparecían a todos era porque en Francia, Holanda, Bélgica, Suecia, Suiza y algún otro país hacían el seguimiento de todos nosotros, y no se atrevían a cargarse con ese escollo. Si no nos mataron a todos, fue por la presión internacional. Y entonces, ante el aislamiento internacional y las denuncias de desapariciones y cárceles clandestinas que corrían por muchos países, España, en la figura de su Rey, reconoció con su visita a la Junta militar”.
Y sobre esa balsa de putrefacción construimos nosotros todo esto. Nosotros, que también sabíamos todos estos años y hemos estado mudos. Nosotros que ahora nos sorprendemos con el hedor y las grietas, con este temblor negro que sube desde los cimientos.
Morre Videla na Argentina, onde ditador vai para a cadeia |
Leonardo Sakamoto em seu blog
Morreu, na quinta-feira, dia 17, de “causas naturais”, o general e ex-ditador Jorge Videla, aos 87 anos, no Centro Penitenciário Marcos Paz, onde cumpria pena de prisão perpétua por cometer crimes de lesa humanidade.
Ele comandou o golpe de março de 1976, que derrubou o regime democrático, e coordenou a repressão entre 1976 e 1983 – quando mais de 30 mil pessoas foram assassinadas por questões políticas, e mais de 500 bebês de ativistas foram sequestrados ou desapareceram. Em 2010, foi condenado à prisão perpétua, depois de ter sido condenado e anistiado anteriormente. Videla chegou a confessar que as mortes foram necessárias.
A Argentina pode ter um milhão de problemas. Mas conseguiu lidar com seu passado de uma forma bem melhor do que nós, punindo responsáveis por sua ditadura militar (uma das mais cruéis da América Latina), reformando sua anistia.
Por aqui, as coisas não funcionaram assim.
Por exemplo, o coronel Erasmo Dias morreu, em 2010, aos 85 anos. Na época, muita gente entrou em júbilo orgásmico com a notícia. Entendo a alegria de todos os que, durante a ditadura, foram atropelados pelos seus cavalos ou torturados sob sua responsabilidade. Mas não deixo de dar meus pêsames pela nossa incompetência, por não conseguirmos fazer com que esse arauto do retrocesso respondesse por tudo aquilo que fez. De 1974 a 1979, Erasmo ocupou o cargo de secretário de Segurança Pública em São Paulo, garantindo a ordem sob as técnicas persuasivas da Gloriosa. Ficou conhecido pela invasão da PUC/SP em setembro de 1977, ao reprimir um ato pela reorganização da União Nacional dos Estudantes.
Um amigo comentou que a “justiça” finalmente havia chegado para Erasmo através do câncer que o consumiu. Discordo. O sujeito com 85 anos, morando confortavelmente, sem ter de responder pelo passado, passa dessa para a melhor e isso é “justiça”? Não só não tivemos a competência para abrir e limpar publicamente as feridas que ele causou, como a sociedade ainda o elegeu deputado federal, deputado estadual e vereador.
Outra alma ceifada tempos atrás pela mesma “justiça” foi a do Coronel Ubiratan, responsável pela execução de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. Não é que a sociedade não conseguiu puni-lo, ela não quis puni-lo. Ele fez o servicinho sujo que muitos paulistanos desejam em seus sonhos mais íntimos, de limpeza social. Morreu em 2006, em um crime não solucionado. Estava a caminho de ser facilmente reeleito como deputado estadual, ironizando o país ao candidatar-se com o número 14.111.
Os dois não são casos únicos. Se listássemos os fazendeiros que assassinaram trabalhadores e lideranças rurais no Brasil e morreram com processos criminais (lentamente) tramitando contra eles, gastaríamos hectares e mais hectares. Quer mais um exemplo? O julgamento de Vitalmiro Bastos de Moura, condenado por ser um dos mandantes do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, foi novamente cancelado.
Se o torturador Ustra fosse argentino, ele não teria essa moleza.
Todos os que lutam para que os direitos humanos não sejam um monte de palavras bonitas emolduradas em uma declaração sexagenária não se sentem contemplados com o passamento de Erasmo Dias, Ubiratan, ou mesmo de ditadores como Pinochet. Mas podem ficar tranquilos com a ida de Videla.
Não quero fazer Justiça por minhas mãos, não sou lelé da cuca. Quero apenas que a nossa justiça funcione. Ou, no mínimo, que a nossa sociedade consiga saldar as contas com seu passado.
Por aqui o governo brasileiro resolveu não mais tentar buscar a revisão da Lei da Anistia. Mais do que punir torturadores, seria uma ótima forma de colocar pontos finais em muitas das histórias em aberto e fazer com que pessoas tivessem, pela primeira vez em décadas, uma noite de sono inteira. A Presidência da República resolveu investir suas fichas na Comissão da Verdade, criada pelo Congresso Nacional. Ela é uma grande iniciativa. Mas, mesmo assim, não irá garantir que representantes daquele tempo, como o coronel Brilhante Ustra, deixem de reinventar a História como quiserem sem medo de serem punidos.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos concluiu que o Brasil é responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas entre os anos de 1972 e 1974, durante a Guerrilha do Araguaia. A Corte afirmou que as disposições da Lei de Anistia brasileira, que impedem a investigação e punição de violações contra os direitos humanos, são incompatíveis com a Convenção Americana dos Direitos Humanos. Ou seja, a Lei da Anistia vai contra um documento internacional assinado pelo Brasil e que o país deve respeitar. O tribunal, vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA), concluiu também que o país é responsável pela violação do direito à integridade pessoal de familiares das vítimas, em razão do sofrimento pela falta de investigações efetivas para o esclarecimento dos fatos. Além disso, é responsável pela violação do direito de acesso à informação, estabelecido no artigo 13 da Convenção Americana, pela negativa de dar acesso aos arquivos em poder do Estado com informação sobre esses fatos. E deve, enfim, investigar e punir as mortes por meio da Justiça.
Contudo, o Supremo Tribunal Federal, que vem sendo sensível em decisões sobre a dignidade humana, também deu de ombros e disse que tudo fica como está.
Uma pesquisa do Datafolha em 2010 apontou que 45% da população era contrária à punição de agentes que torturaram presos políticos durante a ditadura militar contra 40% a favor. Agarro-me desesperadamente à esperança de que o pessoal não entendeu exatamente do que se tratava.
Como já disse aqui, o impacto de não resolvermos o nosso passado se faz sentir no dia a dia dos distritos policiais, nas salas de interrogatórios, nas periferias das grandes cidades, nos grotões da zona rural, com o Estado aterrorizando parte da população (normalmente mais pobre) com a anuência da outra parte (quase sempre mais rica). A ponto de ser banalizada em filmes como Tropa de Elite, em que parte de nós torceu para os mocinhos que usavam o mesmo tipo de método dos bandidos no afã de arrancar a “verdade”.
A justificativa é a mesma usada nos anos de chumbo brasileiros ou nas prisões no Iraque e em Guantânamo, em Cuba: estamos em guerra. Ninguém explicou, contudo que essa guerra é contra os valores que nos fazem humanos e que, a cada batalha, vamos deixando um pouco para trás. Esse é o problema de sermos o país do “deixa disso” ou mesmo do “esquece, não vamos criar caso, o que passou, passou” e ainda do “você vai comprar briga por isso? Ninguém gosta de briguentos”.
Enquanto não acertarmos as contas com nossa história, não teremos capacidade de entender qual foi a herança deixada por ela – na qual estamos afundados até o pescoço e que nos define.
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