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Eu havia acabado de reabastecer meu copo de caju amigo quando me conectei à internet. Era segunda de carnaval e estava longe da rede, num canto do litoral paulista em que o celular só pega na praia. Estava pronto para fotografar uma rara manhã de sol deste verão quando a notícia chegou, nem lembro se por Twitter, Facebook, e-mail ou Instagram.
Em poucos minutos, todos estes ambientes falavam do mesmo assunto: o papa tinha renunciado. Comentei com a minha mulher e sua primeira pergunta foi a mesma que tive: “E pode?”. Li algumas manchetes para ela, conversamos preguiçosamente sobre o tema e voltamos a lagartear sob o sol.
Só quando voltei do feriado me deparei com a avalanche de piadas, paródias, remixes, mashups, montagens, memes e todo tipo de gracinha que a internet nos premia diariamente. Segundo o site Know Your Meme, melhor catálogo dessas manifestações, a primeira piada visual sobre a renúncia do papa foi uma foto de Bento XVI acompanhada da legenda: “Escolhido por Deus. Desiste”.
Mas em pouco tempo as piadas saíam do âmbito religioso, político e sexual (afinal é inevitável associar a notícia aos casos pedofilia envolvendo integrantes da igreja), até chegar ao puro nonsense típico deste humor da internet.
Entre as brincadeiras, estavam os inevitáveis mashups de outros memes. O cartaz de Keep Calm & Carry On virou Keep Calm & Resign. O “Hope” – esperança, em inglês – com a cara de Barack Obama foi substituído por “Pope” – papa – ou “Flop” – fracasso, – com a cara de Joseph Ratzinger.
Outra piada aproveitava a semelhança física do papa com o Imperador da trilogia original de Guerra nas Estrelas para rir de uma “coincidência” entre a renúncia e o anúncio sobre os três novos filmes da grife de George Lucas. Já o usuário do Twitter Six Form Poet escreveu: “o papa dificilmente é a primeira pessoa a perder o interesse em seu trabalho depois que entrou no Twitter
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Lula foi salvo pela mídia digital
Lula foi salvo pela mídia digital
PAULO NOGUEIRA 3 DE AGOSTO DE 2013
Nem Getúlio e nem João Goulart tiveram um contraponto ao ataque selvagem da imprensa.
Lula está certo em saudar a internet
Lula, com razão, deu ontem graças a Deus pelo aparecimento da internet, “nossa mídia”.
Não que a internet seja dele, ou do PT. Mas o fato de que a mídia digital não é controlada pelos suspeitos de sempre – Marinhos, Frias, Civitas, Mesquitas – é de fato alentador não apenas para Lula mas para a democracia.
No Brasil, os interesses privados da mídia desestabilizaram, ao longo da história, mais de um governo que não fizesse o que o chamado 1% queria que fizesse.
Jango, em 1964, foi derrubado. Antes dele, em 1954, Getúlio foi levado ao suicídio.
Não havia o contraponto que a internet oferece. A sociedade era manipulada sem a menor cerimônia.
Lacerda falava no “Mar de Lama” de Getúlio, e todos reproduziam. A maneira mais canalha e mais barata de atacar governos de esquerda é pelo lado da “corrupção”.
Os cidadãos mais influenciados pelo noticiário são levados a crer que o que existe na política é uma roubalheira, e que tirando o partido do poder o problema estará resolvido.
Quem mais fala em corrupção à luz do sol em geral é quem mais à pratica na sombra. Nos últimos anos, por exemplo, as empresas de mídia, por exemplo, levaram a sonegação de impostos ao estado da arte enquanto bradavam em manchetes sermões moralistas e mentirosos.
Mas o que você pode fazer quando todos os microfones estão com os outros?
Getúlio Vargas, num gesto inteligente e ao mesmo tempo desesperado, tentou criar uma alternativa à voz ultraconservadora dos barões da imprensa.
Ajudou o jornalista Samuel Wainer a lançar a Última Hora, jornal voltado para os interesses populares. Mas foi uma voz solitária contra a de uma matilha.
Carlos Lacerda, o desestalizador mais estridente, começou a atacar Wainer por não ter nascido no Brasil, o que contrariaria a lei que rege a propriedade de mídia no Brasil.
(Ninguém, mais tarde, reclamaria do fato de a família Civita não ser originária do Brasil, excetuados os Mesquitas aristocráticos, porque ali estava mais uma voz da turma.)
Sob as condições em que foram caçados Getúlio e Jango, é presumível que Lula não tivesse resistido ao assédio.
Imagine o circo do mensalão sem o contrapeso da mídia digital. Provavelmente teríamos hoje um presidente chamado Joaquim Barbosa.
Por isso Lula deve ser mesmo grato à internet. E não apenas ele, mas todos aqueles – petistas ou não – que anseiam por um país menor desigual e injusto do que aquele que a elite representada pelas famílias da mídia impuseram aos brasileiros.
DO BLOG DO CARLOS MOTTA – EXCELENTE ARTIGO!
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Jornais e jornalistas, de mal a pior
Nunca vi, em mais de 40 anos de profissão, a imprensa brasileira passar por um momento tão ruim como este, com consequências catastróficas para os jornalistas – e para a própria democracia.
As redações da chamada grande imprensa estão minguando, o passaralho não perdoou nenhuma delas.
O encolhimento implica mais trabalho para quem não foi demitido e piora na qualidade do produto final – que já não é lá essas coisas.
Uma reflexão rápida aponta duas causas para esse desastre:
1) A imprensa deixou de fazer jornalismo e se converteu num partido político de oposição ao PT e seus aliados. Virar as costas para a realidade do país, transformar seus produtos em panfletos políticos ultraconservadores, tem sido péssimo negócio para as empresas de comunicação, que, paradoxalmente, são ajudadas pelo próprio governo que tanto odeiam com gordas verbas publicitárias.
2) A internet já não é mais o futuro, é o presente, é a plataforma que substitui o papel como suporte para as notícias. As publicações impressas vão desaparecer em pouco tempo – a geração atual praticamente nunca manuseou um jornal ou uma revista, mas domina todas as funções de um smartphone, de um tablet ou de um notebook. As empresas não conseguem migrar do papel para a internet, uma operação absolutamente lógica se vivessem no mundo real e não naquele de ilusão que criaram.
Mas se os jornais têm uma grande parcela de culpa nessa derrocada de seus produtos, cabe aos jornalistas uma autocrítica à sua atuação nesses últimos anos – a categoria, que sempre carregou fortes traços de personalidade pequeno burguesa, hoje é uma entidade inteiramente prostrada, castrada, sem culhões para absolutamente nada a não ser o mais extremado individualismo.
Os passaralhos certamente seriam menos intensos se os jornalistas alguma vez esboçassem algum tipo de reação a eles que não fosse se queixar do patrão no cafezinho, lamentar o emprego perdido pelo colega, e, por dentro, se sentir muito aliviado por não ter entrado na lista de cortes – mesmo que isso resulte numa jornada ainda mais fatigante e numa vida muito mais miserável.
A revolução silenciosa dos pequenos provedores de banda larga — Rede Brasil Atual
A nossa ‘Pasionaria’
A nossa ‘Pasionaria’
Por Alberto Dines em 27/05/2013 na edição 747
Reproduzido do Diário de S.Paulo, 26/5/2013; intertítulo do OI
No seu artigo semanal na Folha de S. Paulo (ver “Mensalet”, 24/5/2013), Marina Silva, a ex-ministra, ex-senadora e pré-candidata à sucessão da presidente Dilma Rousseff, deixou de lado a inspirada pregação em defesa das causas ambientais e adotou veemência e indignação inusitadas. Sem medo de ser acusada de inimiga da liberdade de expressão, investiu pesadamente contra as centrais de difamação e desinformação que funcionam abertamente na blogosfera.
“Uma investigação poderia mostrar essa espécie de ‘mensalão da internet’, indústria subterrânea da calúnia”, escreveu furiosa. A perversa boataria dando conta da suspensão dos benefícios do programa Bolsa Família foi um dos episódios que a revoltaram, outro foi a manipulação de uma declaração dela própria ao condenar os equívocos cometidos pelo pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP) e, ao mesmo tempo, reclamar que não fossem estendidos à confissão religiosa da qual ele faz parte. Marina então descobriu falsos perfis espalhados nas redes sociais e organizações com brigadas digitais encarregadas de manipular e distorcer o noticiário ao seu respeito. De repente, o que seria uma condenação das idéias do pastor foi rapidamente convertida em endosso.
Frágil e poderosa
No momento em que a chamada mídia tradicional admite sua incapacidade para enfrentar o dilúvio informativo produzido pelo que Marina designa como “jornalismo autoral”, sua advertência transcende a esfera da sociologia da comunicação e encaixa-se na agenda política e eleitoral irreversivelmente antecipada. Mas ela não pode ignorar que uma parte apreciável dos 20 milhões de votos obtidos nas presidenciais de 2010 veio de internautas.
A revolta da candidata da futura Rede Sustentabilidade é justificada, mas dificilmente produzirá resultados. A internet é basicamente incontrolável e assim deverá manter-se. Seu antídoto natural – o jornalismo impresso de qualidade, ou o que dele sobrou – está vitalmente absorvido com a sua própria sobrevivência. As manipulações extremas poderão ser identificadas e punidas judicialmente. Mas os filtros da sociedade estão entupidos, incapazes de eliminar a incrível quantidade de intrigas e maledicências incessantemente colocadas em circulação.
Resta saber se a própria sociedade está disposta a trocar o seu ócio prazeroso pelo empenho em reduzir o lixo e os detritos que ela produz na febre de consumir maquinetas, aplicativos e abobrinhas.
Marina Silva é a nossa Pasionaria [Dolores Ibarruri (1895-1989)] – a voz da Espanha que repudiou o fascismo do general Francisco Franco – frágil e poderosa, intransigente emsuas devoções, mesmo quando confrontada por forças superiores. Não merece ser abandonada.
Manuela D´Ávila: Ativismo na internet transforma realidade
Manuela D´Ávila: Ativismo na internet transforma realidade
26/5/2013 9:21
Por Manuela D´Ávila – de Porto Alegre
A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) retoma projeto polêmico na Câmara
A segunda edição do evento Conexões Globais, que será realizado entre os dias 23 e 25 de maio em Porto Alegre, é a oportunidade de debater como estimular o ativismo da juventude na internet, aproveitando a experiência de atores estratégicos na área. Ativistas, gestores públicos, artistas e comunicadores do país e do mundo estarão presentes no evento promovido pelas secretarias estaduais de Comunicação e Inclusão Digital e de Cultura.
A força das manifestações na Web já foi testada, sendo bem-sucedida em muitos casos. Um exemplo recente é a organização pelas redes sociais de protestos contra o aumento da passagem de ônibus em Porto Alegre. Sem entrar na discussão se houve exageros por parte de militantes e de policiais, constata-se que milhares de pessoas se uniram em prol de um objetivo comum e a ação deu resultado, gerando expressivo debate público. Até o momento, a Justiça mantém congelado o preço da tarifa em R$ 2,85 em vez de R$ 3,05 como era o previsto.
Como estimular então o ativismo na internet? Iniciativas de governos são essenciais para preparar jovens, transformando-os em cidadãos mais engajados nas redes e nas ruas. No Conexões Globais, há iniciativas a serem adotadas por outros gestores de Estados e de municípios como a realização de oficinas de treinamento de ativistas sociais em tecnologias livres.
O acesso à rede aumenta a cada ano, favorecendo o crescimento da participação das pessoas na vida política. Segundo o PNAD (2011), o número de internautas cresceu 143,8% entre 2005 e 2011. O acesso à internet continua sendo maior entre os jovens, especialmente na faixa etária de 15 a 17 anos (74,1%) e de 18 a 19 anos (71,8%). Na série histórica, os percentuais de internautas aumentaram em todas as classes de rendimento mensal domiciliar per capita, principalmente nas mais baixas.
Nesse cenário, é urgente definir direitos e deveres para os usuários, empresas e governos no uso da rede, assegurando a liberdade de expressão e vedando a prática de crimes. Na Câmara dos Deputados, há um esforço para aprovar o Marco Civil da Internet (constituição da Web), o que fará o Brasil reinventar a legislação da rede. Em 2013, o Legislativo deve avançar nesse tema. No ano passado, uma importante vitória foi a aprovação da lei que tipifica crimes cometidos na Web.
Independentemente de governos e de parlamentares, a sociedade deve estimular a juventude para que aproveite essas ferramentas no exercício da cidadania. A luta por um mundo melhor envolve cada vez mais múltiplas frentes. Apostar em conexões globais garante não só o compartilhamento de opiniões avançadas no mundo, mas também a consolidação de bandeiras e de conquistas locais.
Manuela D’Ávila é líder do PCdoB na Câmara dos Deputados.
Luis Nassif: Os últimos momentos do jornalismo de papel
Luis Nassif: Os últimos momentos do jornalismo de papel |
Luis Nassif em seu Advivo
Na sexta feira, dia 17, a editoria Poder, do jornal Folha de S.Paulo, publicou seis matérias. A primeira, sobre a votação da Lei dos Portos, dividida em algumas sub-retrancas. A mais importante descrevia a votação e as reações suscitadas, com informações que já haviam sido abundantemente exploradas no dia anterior, inclusive pela Folha online.
No Estadão, reduziram-se cadernos, notícias e equipes.
Historicamente, o produto “notícia” sempre se baseou em poucas variedades de embalagens. Nos jornais mundiais de maior peso – formadores de opinião –, buscava-se diferenciar do produto “entretenimento”. Para tanto, recorria-se a um estilo sóbrio, a um conteúdo analítico privilegiando o conceito de relevância.
Graças a isso, preservaram um público exigente, formador de opinião, que demanda do jornal o tratamento objetivo dos fatos e o exercício racional da análise, independentemente da linha política do jornal.
No caso brasileiro, desde os anos de 1990 os grandes jornais decidiram investir na notícia “entretenimento” e se valer dos recursos da dramaturgia como parte central da sua operação.
Esse estilo consistia no seguinte:
1. Privilegiar sempre o fato próximo ao universo de informações do leitor comum. Por exemplo, se há uma reunião que define pontos importantes para o destino do País, privilegie a futrica, o detalhe pitoresco (bocejo de um dos presentes, ironia de outro etc.) em detrimento do assunto tratado.
2. No caso de grandes escândalos, tratar os personagens centrais com a caracterização dos roteiros de novelas, transformando-os em vilões completos ou em heróis imaculados.
3. Na hora da dramatização, não se prender aos fatos porque, em geral, são muito menos interessantes do que a fantasia. Com isso, aboliram-se os filtros mínimos de qualidade.
Durante algum tempo, funcionou, especialmente no período da redemocratização, no qual as fórmulas sensacionalistas, após anos de censura, eram novidade.
De início, houve queda de qualidade e da credibilidade. Com a ampliação da internet, esse modelo ruiu. O jornalismo entretenimento consolidou-se na televisão – de programas mais toscos, policialescos, a programas mais elaborados, tipo Fantástico. A migração do leitor de entretenimento acelerou com a internet, oferecendo um prato para cada paladar.
Para se destacar no caos da internet, os jornais teriam de investir no rigor e no discernimento. Mas radicalizaram no show. Com isso, perderam os leitores de entretenimento e os leitores formadores de opinião. Ainda mantém o prestígio junto a setores mais refratários a mudanças, como os políticos e o Poder Judiciário. Mas é questão de tempo.
Também os grandes jornais migrarão para a internet, terminando suas operações impressas. Mas lá serão apenas mais um agente de informação, com algum peso, mas sem poder mais ditar os rumos da opinião pública.
Cada dia em sua vida, nunca é mais, será sempre menos, deixando para trás seu grande momento de glória, os anos de 1990, no qual toda a opinião pública era conduzida por um aparato extraordinariamente reduzido de publicações: Folha, Estado, Veja, devidamente repercutidos pelo Jornal Nacional.