Mauricio Dias: A “grande mídia” perdeu no julgamento da AP 470

by bloglimpinhoecheiroso

 

Apocalipse01

O apocalipse, pregado pela mídia golpista, não aconteceu.

A mídia tentou pautar o julgamento do “mensalão”. Por este caminho, corre-se o risco de desestabilizar a Justiça.

Mauricio Dias, via CartaCapital

O resultado da votação dos embargos infringentes, com resultado apertado, expressa a derrota da imprensa que sempre tentou pautar o julgamento. Valendo-se de espaço farto na mídia, os arautos do apocalipse do Supremo Tribunal Federal, o fim da credibilidade da Corte, quebraram a cara. Anunciaram que, vitoriosa a aceitação dos embargos divergentes benéfica a 12 réus da Ação Penal 470, a Justiça estaria desmoralizada perante a opinião pública.

A decisão sobre a inclusão dos embargos chegou a uma dramática situação de empate: cinco juízes contra e cinco a favor dos embargos. O ministro Celso de Mello estava com o voto de desempate. Indicado no governo Sarney, ele é o mais antigo ministro da Corte.

Sem nenhum constrangimento, o ministro Marco Aurélio Mello, que votou contra o uso desse recurso, botou a faca no pescoço do decano e alertou publicamente: “As pessoas podem ficar decepcionadas, e isso pode levar a atos”.

E, de fato, levou. No dia da decisão, um braço do que os jornais consideram opinião pública chegou às portas do STF. Houve tentativas de bombardear o prédio com fatias de pizza, gritando palavras de ordem contra a possível aceitação do embargo.

Visto pela tevê, fica a desconfiança de que havia mais pizza do que manifestantes. A imprensa não deu destaque. Os manifestantes não saíram na foto. Não era aquela multidão esperada e cultivada no imaginário de alguns.

A mídia, como nunca antes em qualquer país do mundo, tentou pautar o julgamento na Justiça. Nos Estados Unidos, há pelo menos um caso que, por essa razão, levou o juiz a anular o julgamento.

Mas é possível tirar daí uma lição. Pressionar o Supremo Tribunal Federal, como fez a mídia, pode ser o começo de um processo capaz de criar instabilidade jurídica. Nesse episódio a pressão perdeu. Uma derrota com placar apertado.

Com decisões desmedidas, estimuladas pela atenção espetaculosa da imprensa, o julgamento do chamado “mensalão” sempre esteve um tom acima do objetivo natural de fazer justiça, de punir os envolvidos nos delitos cometidos.

Há 25 réus condenados com penas que variam de 2 a 40 anos. Por que tanta resistência com os embargos infringentes que poderão somente alterar, para menos, algumas penas? Não se pode dizer que a Justiça não deixou de cumprir seu papel em razão da cor do colarinho dos réus. Não só cumpriu, como exagerou.

É nesse ponto que se vê o outro lado da Ação Penal 470: a face política que, a partir de certo ponto, transformou o “mensalão” em julgamento de exceção. Construíram, sem constrangimentos, pontes e escadas, e abriram trilhas imaginárias, fosse o que fosse, para punir aqueles réus com “notória exacerbação”, como anotou o ministro Teori Zavascki.

O “mensalão” foi uma rara oportunidade de se tentar provar que, no Brasil, os privilegiados também são punidos quando erram. Quem quiser que se embale nessa fantasia. Ela insinua que, a partir de agora, as celas das cadeias vão ser divididas por pobres e ricos, pretos e brancos.

FORA DO EIXO NÃO QUER REGULAÇÃO DA MÍDIA

FORA DO EIXO NÃO QUER REGULAÇÃO DA MÍDIA

 

Por Alexandre Figueiredo

O Coletivo Fora do Eixo usou o grupo Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) como sua grande campanha publicitária. Vendendo a MN, grupo “surgido” das manifestações e da (tendenciosa?) provocação à polícia – o que rendeu comparações ao internacional Black Bloc – , como arauto das “novas mídias” e do “novo jornalismo”, os FdE alimentaram sua visibilidade a partir disso.

De repente a rapaziada que recebe mesada do bilionário George Soros – em quantia bem maior do que as verbas assumidamente atribuídas ao financiamento da máquina político-empresarial do PT – tornou-se o paradigma da “nova mídia”, a partir de uma aparentemente segura e desenvolta entrevista dada aos “estarrecidos” jornalistas da velha mídia que participaram do programa Roda Viva (TV Cultura).

Virando unanimidade nas esquerdas médias, e seduzindo até mesmo as esquerdas nem tão médias assim, a Mídia Ninja, juntamente com seu braço-matriz, o Coletivo Fora do Eixo, passou a levantar bandeiras supostamente pela “democratização da mídia” e contra o PSDB e os barões midiáticos, sem assumir que até eles ajudaram historicamente na ascensão do grupo e do coletivo.

Vários nomes engajados no FdE são ligados à grande mídia. Já se falou de Pedro Alexandre Sanches, influenciado por Fernando Henrique Cardoso, pela Folha de São Paulo e pela Rede Globo. Mas tem Bruno Torturra, que teve passagem na produção de Esquenta (Rede Globo). Tem Carlos Eduardo Miranda, que está na Rede Record. Gaby Amarantos, Emicida e Criolo cortejados até por Caras e Veja.

O próprio Roda Viva, no contexto de uma TV Cultura dominada politicamente pelo PSDB, faz parte desse cenário. Mas aí a MN e o FdE vão dizer que utilizam “métodos de confronto”. O mesmo argumento que a intelectualidade associada usou para a Banda Calypso, quando foi para a Globo abraçar até mesmo Luciano Huck e Marcelo Madureira. 

Todo mundo achava que a Banda Calypso, queridinha das esquerdas médias e tida como “precursora” do tecnobrega, era um grupo (apesar da imagem se concentrar apenas ao casal Joelma & Chimbinha) “libertário”. Aí veio o surto homofóbico de Joelma e deu no que deu.

Aí os “fora do eixo” passaram a “defender” a democratização da mídia, dentro daquelas ideias um tanto confusas, mas altamente sedutoras, de “novas mídias digitais”. E que na prática atribuem o poder transformador mais às novas tecnologias em si do que na condição de instrumentos para a mobilização humana.

No entanto, não se trata de uma verdadeira mobilização pela democratização da mídia, mas pela substituição de uma “grande mídia” por outra. A julgar pelo poder concentrador de Pablo Capilé, e pelo consentimento que seus miliantes têm pela “indústria cultural” – sobretudo “funk” (agora com o foco no “funk ostentação” paulista) e tecnobrega – , eles não querem regulação midiática pra valer.

Além disso, embora o FdE se fale em “microfones abertos” e na formação de “redes” de iniciativas sociais, seus métodos são corporativistas e baseados nos interesses de sua cúpula, em prejuízo de muitas organizações que a princípio se associam ao coletivo e são deixadas à própria sorte, sem poder decidir nem ter sua voz.

Os pontos de vista do Fora do Eixo são tecnocráticos, midiáticos, e mesmo ideias relacionadas à cultura popular e à informática o coletivo se inspira abertamente em conceitos e preconceitos veiculados pela grande mídia que o coletivo julga ser seu “contraponto”.

Toda a grande mídia adorou o tecnobrega. Dos barões da mídia do Pará aos editores de Veja. De William Waack a Luciano Huck. A Veja adorou o “funk ostentação”. Gaby Amarantos, Emicida e Criolo circulam na grande mídia sem oferecer ameaça. As “novas mídias digitais”, tal como prega os FdE, são defendidas até por Carlos Alberto di Franco, do Estadão e ligado à mesma Opus Dei a que está vinculado o governador paulista Geraldo Alckmin.

Talvez a única preocupação que se faça sentido aos FdE está em protestar apenas contra a ala “mais intolerante” da grande mídia, aquela que não defende sequer a domesticação paternalista das classes populares. Gente como Reinaldo Azevedo, Merval Pereira e Augusto Nunes.

No entanto, quem é que entrará no lugar? Uma turma “libertária” que apenas defende ideias que fundem conceitos de livre mercado com comércio clandestino e mercado informal? Se é assim que se terá a “democratização da mídia”, então algo está errado. Já não basta o uso que os barões da mídia e seus porta-vozes fazem da palavra “democracia”…

 
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A mídia esconde o Brasil, mas não consegue conter a força da internet

 
@NetoSampaio by Neto Sampaio  /  17min  //  keep unread  //  preview

A mídia esconde o Brasil, mas não consegue conter a força da internet

 
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Por  Miguel do Rosário, no Cafezinho 
 
 
Uma das campanhas mais antigas que faço nas redes sociais é contra a sua tendência ao linchamento. A própria estrutura das redes, construída em camadas espiraladas, qual uma cebola, inspira ações neste sentido. Ao abrir sua TL de Facebook ou Twitter e ver seus amigos fazendo ou reproduzindo uma denúncia, sua inclinação natural, humana, é aderir. Daí os seus próprios amigos sentem a mesma coisa. A coisa vai crescendo, em ritmo geométrico, e na proporção negativa de qualquer espaço para o outro lado apresentar um ponto-de-vista.

Tenho conversado com amigos sobre a influência dessa estrutura no debate democrático. É uma coisa contra a qual não adianta reclamar. Temos que nos adaptar à nova realidade e contornar seus vícios de origem. Não é díficil concluir, por exemplo, que as redes sociais reinstauraram um processo que acreditávamos obsoleto: a onda no lago. As pessoas mais influentes numa rede, mais articuladas, que postam as melhores fotos, e se apresentam como mais bem sucedidas, terão enorme poder de fogo para difundir suas ideias. Isso confere enorme vantagem à direita, em virtude da questão classista. Empregados e acadêmicos com opiniões dissonantes da elite terão receio de expô-las e se prejudicar profissionalmente. Quem é rico não tem medo de nada. Essa é uma das razões pelas quais os aposentados se tornaram o segmento social mais politizado das redes, à direita e à esquerda. O aposentado é o único que tem liberdade plena de expressão.

O adolescente tem a liberdade de sua intrepidez natural, orgânica, mas tende a seguir os colegas de sua esfera. Se todo mundo está fazendo uma coisa, ele também quer fazê-la. Daí a facilidade com que se impõem estéticas à esta primeira juventude. Essa foi uma das razões pelas quais, no auge dos protestos em junho, tive muita paranóia dos caminhos que os manifestantes poderiam seguir, caso se deixassem levar por alguns dos slogans oportunistas que a direita logo se apressou a oferecer nas redes.

Hoje estou bem mais calmo, e entendo melhor o “gigante”. Como não entender a angústia humana ou coletiva? Como não entender o desespero? Por outro lado, receio que o nosso tempo, mais que nunca dominado pelas comunicações e pela tecnologia, necessite de uma boa dose de paranoia, como muro de proteção. Nunca estivemos tão vulneráveis a golpes “culturais”. Se eu fosse um triliardário de extrema-direita, com que prazer não patrocinaria um movimento de massa, via facebook, para derrubar governos incômodos a meus negócios ou às minhas ideias! No século XIX e início do século XX não existiam bilionários globais. Os golpes eram tramados pelos serviços secretos de governos. A concentração mundial da renda das últimas décadas produzirá ou já produziu golpistas privados. Temos que nos precaver contra isso, e não por outra razão tenho feito uma campanha tão grande para que nossos governos desenvolvam estruturas públicas nas redes sociais para dialogar com a população. Não quero governos “controlando” manifestações ou mesmo “influenciando” ou “direcionando” a juventude. Mas também não quero ver a nossa juventude correr o risco de ser manipulada por algum interesse estrangeiro, o que acontece com mais frequência que imaginamos. Um amigo mais velho me contava, outro dia, que participou de passeatas nos anos 60 contra uma determinada marca, e descobriu mais tarde que o protesto fora articulado pela empresa concorrente, ambas norte-americanas.

Voltando a questão do linchamento, quero prestar solidariedade ao Fora do Eixo e ao Mídia Ninja. Ninguém é perfeito, e qualquer um que não tenha sido consumido pelo farisaísmo radical dos últimos tempos sabe que não existe nenhum movimento, coletivo, instituição, partido, ou qualquer tipo de associação humana, sem divergências, ressentimentos e frustrações intestinas. Quanto mais cresce um movimento, mais vulnerável se torna às suas próprias contradições. As críticas que se fazem ao Fora do Eixo, por outro lado, nos remetem a questões antigas da ciência política: qualquer movimento que tenha aspirações políticas precisa passar, uma hora ou outra, pela experiência democrática. É isso ou enfrentar o terremoto constante das revoluções dissidentes. Ou então renunciar à qualquer aspiração política e se afirmar como empresa privada, com proprietários exercendo o poder monocraticamente.

Apesar dos meus fumos de socialista de botequim, não sou contra a propriedade privada. Aliás, acho que essa é o grande avanço da esquerda moderna e democrática, o ter compreendido a possibilidade de construir uma relação dialética entre os três grandes poderes do mundo: o poder privado, o poder público e o poder associativo. Uma relação que sempre implicará em tensões, e que só encontrará o equilíbrio quando o poder público conquistar a hegemonia, local e global, através de uma instituição internacional, eleita democraticamente, que corresponda aos interesses de toda a humanidade.

Na verdade, até mesmo o poder privado requer um traquejo democrático.

Seja como for, não podemos perder o foco. Eu estive em São Paulo há algumas semanas, onde participei de um debate num evento organizado por coletivos de cultura, entre eles o Fora do Eixo. À noite, tomando umas e outras com um dos leitores mais queridos do Cafezinho, Wagner Moraes, ele me deu algumas ideias fundamentais. Em primeiro lugar, defendeu o aspecto positivo dos protestos, que serviram para despertar todos os demônios, inclusive aqueles que estão ao lado do povo. Em segundo, Moraes lembrou que o debate sobre a mídia não pode se dissociar da questão política. Não questão política ideológica, mas questão política patrimonial. O presidente do Congresso Nacional, o senhor Henrique Alves, é dono da mídia em seu estado. É o responsável pela retransmissão da Globo. Renan Calheiros, Sarney, Jader Barbalho, ACM Neto, Feliciano, todas as figuras do conservadorismo que apoiam ou não o governo, são donos da mídia. Em Minas Gerais, o PSDB domina a mídia. Em São Paulo, o PSDB não é propriamente dono da mídia, mas a mídia é tucana até a raiz dos cabelos.

É por isso que nunca se fez reforma política no Brasil. Não interessa à mídia mudar o status quo. E sabe o que é pior? O poder da mídia é tão grande que temos de tomar um enorme cuidado para não deixá-la manipular o desejo de mudança e, numa jogada lampedusiana, liderar reformas que ampliem ainda mais o seu poder, como parecia ser o caso do plesbiscito. Daqui a alguns meses, quando a poeira baixar de vez, talvez caia a ficha em muita gente de que foi melhor não ter plebiscito, nem constituinte exclusiva, nem nada, porque havia o risco de retrocesso. O Brasil jamais poderá fazer uma reforma política de maneira livre, confiante e democrática sem antes fazer mudanças importantes em nosso sistema midiático.

O problema da mídia é a questão central da nossa democracia. Li por esses dias que os políticos querem “baratear” as campanhas reduzindo o horário eleitoral de 60 para 30 dias. Ou seja, mais poder para mídia, menos diálogo entre partidos e cidadãos. Tem de ser o contrário! Partidos, governos e forças políticas tem de estar na TV diariamente! As restrições eleitorais tem de ser suprimidas. Em nome da liberdade de expressão, cidadãos, empresas, sindicatos e movimentos sociais devem ter o direito de fazer campanha de seus partidos e candidatos a qualquer época do ano. E devíamos ter, em horário nobre, uma hora diária de diálogo entre os representantes eleitos e os eleitores. Bastaria elaborar algumas regras para que a sociedade também tivesse espaço para questionar o poder político.

Nossos prefeitos, governadores, deputados, senadores, e presidente da república, deveriam estar diariamente na televisão, conversando com seus eleitores, sendo cobrados e criticados por um lado, e explicando o funcionamento do sistema de outro. As oposições também teriam seu espaço, com regras inclusive para garantir o direito ao contraditório.

A nossa mídia é tão hipócrita que critica Henrique Alves, Sarney, Renan Calheiros, Collor, faz charges diárias contra eles, posando de “progressista”, mas não informa ao povo que o poder de todos eles deriva do controle societário ou familiar sobre os meios de comunicação em seus estados. Isso é genuinamente nocivo. O contribuinte brasileiro, via propaganda estatal, tem dado dezenas de bilhões de reais a emissoras de TV que são controladas pelas velhas oligarquias. Quando a Secom distribui verba para a Globo, está entregando também dinheiro nas mãos de Henrique Alves, Sarney, Collor e Renan. A crítica da Globo a esses caciques, portanto, é uma crítica mascarada.

Essa é uma denúncia que você não lerá nas colunas de João Ubaldo Ribeiro, Zuenir Ventura, Ferreira Gullar, Arnaldo Jabor, Nelson Motta, Merval Pereira ou de qualquer outro articulista da grande imprensa. É um assunto proibido. Os colunistas da velha mídia posam de “críticos do poder” de dia, mas se ajoelham diante de seu altar à noite.

 
 

“Vamos pensar duas redes operando, a Globo e a Ninja, como duas metáforas”, é isso?

 Blue Bus

“Vamos pensar duas redes operando, a Globo e a Ninja, como duas metáforas”, é isso?

Julio Hungria

Segunda-feira, Agosto 12, 2013, 8:11 am

DE TUDO UM POUCO

Foto http://simulacoes.com

Entrevistado online pelo Instituto Humanitas Unisinos, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, de Sao Leopoldo, RS, o pesquisador e professor capixaba Fabio Malini (siga @fabiomalini ) examina o que vê como uma disputa de poder midiatico – entre a Midia Ninja e a TV Globo. Verifica que “as mídias que propoem produzir conteúdo independente enfrentam o drama do financiamento, que se dá em torno de sua sustentabilidade, de como é possível viver dignamente com o trabalho, e veicular continuamente – o que exige dinheiro”. Segundo avalia, propostas como a Mídia Ninja precisam recorrer ao financiamento para dar continuidade a esse trabalho, investindo no financiamento coletivo – “Quem se aventura a produzir mídia de maneira autônoma tende a recorrer ao primeiro caminho, ou seja, fazer com que o público financie o público, ou seja, o crowdfunding”.

Observa que, entao, de 1 lado se tem uma estrutura de mídia tradicional, com incremento financeiro para poder gerar qualidade de imagem, remunerar bons profissionais, desenvolver novos produtos e, por outro, há um movimento formado por 1 coletivo de pessoas que dispoem de baixa tecnologia, produzem vídeos e os disponibilizam em canais como o YouTube – “Trata-se de duas ecologias em disputa, porque estao de lados opostos. Essa disputa acaba se personificando em figuras como Globo e Mídia Ninja” – propoe – “Ou seja, sao elementos que se reduzem a duas formas que demonstram exatamente o conflito que estamos vivendo do ponto de vista de mídia”.

Leia integra.

O post “Vamos pensar duas redes operando, a Globo e a Ninja, como duas metáforas”, é isso? apareceu primeiro em Blue Bus.

 

Arthur Sulzberger, propietario del ‘New York Times’, el principal diario estadounidense, aseguró que la publicación no está a la venta, luego de que en una semana se anunciara la cesión de dos grandes periódicos, el ‘Washington Post’ y el ‘Boston Globe’. “¿Nuestra familia va a intentar vender el Times? La respuesta es negativa. El Times no está a la venta, y los integrantes de Trust Ochs-Sulzberger y el resto de la familia están unidos para trabajar junto a la dirección del diario y los empleados para llevar al New York Times hacia un futuro internacional y digital”, destacó en un comunicado citado en el propio periódico.

Sulzberger y Michael Golden, vicepresidente del grupo New York Times Company, destacan el modelo de abono pago sobre internet y la rentabilidad del diario, al destacar que es “perfectamente capaz de financiar su crecimiento futuro”. “El Times tiene tanto ideas como dinero para ir por las innovaciones”, insistieron en el texto.

El New York Times, que ya se deshizo de diarios regionales, había anunciado el sábado que había aceptado vender ‘The Boston Globe’ por 70 millones de dólares. El anuncio el lunes de la compra por parte de Jeff Bezos, del sitio de compras en línea Amazon.com, del prestigioso ‘Washington Post’ por 250 millones de dólares, provocó un sacudón en el sector al poner fin al control de la familia Graham, que poseía el diario desde hace cuatro generaciones. (Vea: Apuesta de Jeff Bezos con el ‘Washington Post’ sería a largo plazo)

La familia Ochs Sulzberger, dueña del New York Times desde fines del XIX siglo es la última dinastía a controlar un gran periódico estadounidense. The New Times Company, que controla también el International ‘Herald Tribune’, registró un beneficio neto de 20,1 millones de dólares en el segundo trimestre, contra una pérdida de 87,6 millones un año atrás.

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The Washington Post tiene nuevo dueño

6 AGOSTO 2013 HAGA UN COMENTARIO

Jeff Bezos

El fundador de Amazon, Jeff Bezos (izquierda), conversa con el presidente y director ejecutivo de The Washington Post, Donald Graham.

El fundador de Amazon, Jeff Bezos, adquirirá el periódico estadunidense The Washington Post, uno de los principales diarios de Estados Unidos, por 250 millones de dólares, confirmó este martes el rotativo en su edición en línea.

El acuerdo se produce en momentos en que los periódicos enfrentan desafíos inéditos, con bajas en los ingresos por publicidad y número de lectores.

El presidente y director ejecutivo del Washington Post, Donald E. Graham, cuya familia es dueña de la publicación, dijo que la empresa estaría mejor con otro propietario.

“Junto a Katherine Weymouth y nuestra junta de directores decidimos vender sólo luego de que años de desafíos a la industria familiar de periódicos nos hicieron dudar si podría haber otro dueño que fuera mejor para el Post”, declaró Graham.

“El conocido genio empresarial y tecnológico de Jeff Bezos, su talento para los negocios, su enfoque a largo plazo y honradez personal lo convierten en un buen nuevo dueño para el Post”, agregó.

Este sorpresivo anuncio se produce días después de que The New York Times anunció que aceptó vender el diario The Boston Globe por 70 millones de dólares a un inversionista estadunidense y propietario del Liverpool inglés y los Medias Rojas de Boston.

La venta se completará en los próximos 60 días y tras ella Bezos será el dueño único del histórico rotativo, entre cuyos hitos figuran la revelación del escándalo Watergate, que provocó la caída del presidente Richard Nixon, o más recientemente detalles sobre las escuchas de los servicios de inteligencia filtradas por el informante Edward Snowden.

Pese a que Bezos sigue dirigiendo Amazon, el gigante de las ventas en línea no tendrá ningún papel en la adquisición, indicó el diario, que reconoció que la noticia de su venta sorprendió a los propios redactores.

Junto con el Post la venta a Bezos incluye la página web del rotativo, así como varias publicaciones del grupo, entre otros el semanario en español El Tiempo Latino y rotativos locales en Washington y sus alrededores.

El acuerdo no incluye la compañía matriz. The Washington Post Co seguirá en manos de la familia Graham, que durante varias generaciones publicó el famoso periódico, aunque la empresa cambiará de nombre por uno todavía no decidido, señala la información.

Tampoco están incluidos en el contrato de venta ni la sede histórica del Post en el centro de la capital estadunidense, ni otras publicaciones del grupo como la revista Foreign Policy o las publicaciones en líneaSlate.com o Root.com.

Donald Graham atribuyó la decisión de su familia de vender el diario a las dificultades financieras de las que ni siquiera este histórico rotativo logró escapar en la última década.

“El Post podría haber sobrevivido (…) e incluso haber dado beneficios en el futuro inmediato, pero queríamos hacer algo más que sobrevivir, no puedo decir cómo esto (la venta) garantiza el éxito, pero nos da una posibilidad de éxito mucho mayor”, dijo Graham.

Según datos de la compañía, la división de publicaciones sufrió una caída de ingresos de 44 por ciento en los últimos seis años.

En entrevista, Bezos aseguró que los valores del Post no cambiarán con el traspaso de manos, porque el periódico se debe a sus lectores, no a sus dueños.

Aun así, reconoció que todavía no tiene un plan concreto para el futuro de esta importante institución. Estamos en terreno desconocido y requerirá alguna experimentación, adelantó.

La revista Forbes ubicó en 2013 a Jeff Bezos en el puesto 19 de las personas más ricas del mundo, y en el lugar 12 de los más ricos de Estados Unidos. Su fortuna está estimada en 25 mil millones de dólares.

(Tomado de La jornada)

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O que é jornalismo chapa branca

 

O que é jornalismo chapa branca

PAULO NOGUEIRA 1 DE AGOSTO DE 2013

 

É a defesa de privilégios da “plutocracia predadora”, para usar a grande expressão de Pulitzer.

Eliane Cantanhede, da Folha

Eliane Cantanhede, da Folha: não é o modelo Pulitzer de bom jornalismo

O que é um bom jornalista, segundo talvez o maior deles, Joseph Pulitzer, o editor que há mais de um século simplesmente inventou a manchete e a primeira página como as conhecemos hoje?

Ele sempre é contra os privilégios e os injustamente privilegiados, disse Pulitzer.

Isso porque privilégios vão sempre dar em iniquidade, ao destruir a meritocracia e favorecer um pequeno grupo de “plutocratas”, para usar uma expressão de Pulitzer na descrição do bom jornalista.

O bom jornalista também não deve esquecer nunca os pobres, disse Pulitzer, numa frase que lembra o papa.

Os princípios de Pulitzer ajudam a refletir melhor sobre um debate jornalístico que se trava no Brasil de hoje: o que é jornalismo chapa-branca?

Examinemos os jornalistas das corporações jornalísticas. Sobretudo os articulistas políticos, de Merval Pereira a Dora Kramer, de Arnaldo Jabor a Eliane Cantanhêde, e daí por diante.

Eles combatem privilégios ou ajudam a mantê-los?

Vejamos alguns exemplos de privilégios.

Nos anos 1990, o Brasil se abriu à concorrência estrangeira e as empresas nacionais foram submetidas à competição das estrangeiras.

A mídia bradou por isso.

Mas o que os brasileiros não souberam é que, para as empresas jornalísticas, jamais foi tocado o privilégio do mercado protegido.

Nos subterrâneos, com o grau de intimidação que o jornalismo traz, elas conseguiram manter o que pode ser chamado de mamata.

Os argumentos foram infantis, como demonstrou um artigo relativamente recente do advogado Luís Roberto Barroso dos dias em que ele cuidava dos interesses lobísticos da Globo, antes de ir para o STF.

A reserva, escreveu Barroso no Globo, protege o “patrimônio cultural” que são as novelas e impede que os brasileiros sejam repentinamente assaltados pela “pregação maoísta” de uma tevê chinesa que se instalasse no Brasil.

Não era piada. Barroso não escreveu aquilo para que o leitor risse.

Algum jornalista das grandes corporações criticou, uma única vez, o privilégio da reserva de mercado da mídia? Tocou, ao menos, no assunto? Notificou seus leitores?

Recentemente, a Globo foi pilhada numa fraude fiscal na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.

(Aliás: o que não deve ter acontecido na compra dos direitos de 2006 e de 2010, ainda com a presença do amigo global Ricardo Teixeira na Fifa? Mas de novo: algum jornalista investigou?)

Documentos da Receita, vazados num blog, o Cafezinho, provaram a trapaça, da qual resultou uma dívida da Globo perante a Receita de 615 milhões de reais em dinheiro de 2006.

Para usar os princípios de Pulitzer, é um tipo de jornalismo que defende privilégios e esquece o interesse público.

Também se soube que uma funcionária da Receita tentou simplesmente fazer desaparecer os documentos que comprovam o crime de sonegação.

Merval e Ayres Britto: jornalista chapa branca

Merval e Ayres Britto: jornalista chapa branca

Imagine o frenesi que tomaria conta da Inglaterra, para efeito de exercício especulativo, se fosse noticiado que uma funcionária da Receita tivesse tentado dar sumiço a uma dívida da News International, de Rupert Murdoch.

Algum jornalista das grandes corporações brasileiras defendeu o interesse público?

Ou a “plutocracia predadora” – mais uma expressão de Pulitzer – foi protegida pelo silêncio?

Onde, na sonegação da Globo, a combatividade da Folha, o jornal “sem rabo preso”? Onde a indignação dos Lacerdas de hoje?

Jornalismo chapa branca, no Brasil de 2013, pode ser definido assim: a defesa, pelas palavras ou pelo silêncio, da “plutocracia predadora”. E o consequente abandono do interesse público.

O resto é mistificação.