Dá-se gás contra Witzel, mas emperram-se as investigações contra os filhos de Bolsonaro nos tribunais superiores. Simples assim, e se terá o mesmo efeito político da Lava Jato
O Jornal De Todos os Brasis – O Jornalista Luís Nassif lidera equipe Do Jornal GGN. Com opiniões e conteúdo de qualidade o portal sempre traz as últimas noticias do cenário político nacional
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Ascensão de Marina amplia pressão sobre Aécio no PSDB
Sem espaço no partido, Serra quer ‘comparação’ direta com senador mineiro
Em terceiro lugar no Datafolha, Aécio espera crescer com maior exposição na televisão em setembro
DANIELA LIMADE SÃO PAULOCATIA SEABRADE BRASÍLIA
A ascensão da ex-senadora Marina Silva na corrida presidencial e o desempenho tímido do senador mineiro Aécio Neves (PSDB) reavivaram antigas divisões no principal partido da oposição sobre a melhor maneira de enfrentar a presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
Os resultados da mais recente pesquisa do Datafolha, divulgados ontem, mostram que o senador mineiro perdeu quatro pontos no cenário mais provável. Marina Silva foi a única candidata no campo da oposição que avançou, indo de 23% para 26%.
Aécio teve desempenho inferior ao do ex-governador paulista José Serra (PSDB), que perdeu duas eleições presidenciais para o PT e pensa em se candidatar de novo em 2014. A pesquisa divulgada ontem é a primeira do Datafolha em que Serra é testado.
Serra disse ontem que deseja uma “comparação” direta com o mineiro. “Independente de ser candidato ou não, a pesquisa não permite uma comparação adequada entre mim e Aécio”, afirmou. “Fica evidente como o quadro sucessório é mutante.”
Sem mencionar os rivais, Aécio afirmou que os números do Datafolha refletem o maior conhecimento dos candidatos que disputaram eleições anteriores, como Serra e Marina. “É a informação mais relevante”, disse o senador.
A pesquisa mostra que 77% do eleitorado conhece Aécio, 87% conhecem Marina Silva e 96% sabem quem Serra é.
Desde que assumiu a presidência do PSDB, em maio, Aécio ganhou projeção para construir sua candidatura. Ele deverá ser a estrela dos programas que o PSDB exibirá em cadeia de rádio e televisão em setembro, no espaço reservado pela legislação para a propaganda dos partidos.
Sem espaço no PSDB, Serra estuda a possibilidade de mudar de partido para concorrer às próximas eleições. Os números do Datafolha mostram que isso dividiria ainda mais o eleitorado tucano, prejudicando ele e Aécio.
Serra foi convidado neste ano a se filiar ao PPS para se candidatar a presidente. Ele tem cogitado até a possibilidade de disputar uma prévia no PSDB com Aécio, embora saiba que o senador tem hoje apoio majoritário na sigla.
Nos cenários em que os dois tucanos foram testados juntos pelo Datafolha, Serra e Aécio, somados, praticamente empatam com Marina. Concorrendo sozinho, Serra se sai um pouco melhor que Aécio, que não consegue atrair todos os votos de Serra com o rival fora da disputa.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), vice-presidente do PSDB, disse que a sigla deveria ter realizado prévias para escolha de seu candidato em vez de abraçar a candidatura de Aécio no início do ano.
“A especulação de que Serra vai sair só provoca instabilidade. Em vez de dividir o partido, deveríamos promover a unidade”, afirmou Dias.
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos principais aliados de Aécio, disse que a posição de Dias não reflete a da maioria do partido.
“Aécio conseguiu unir o PSDB”, afirmou. “O fato é que uma eleição que era dada como certa agora está totalmente aberta. Está claro que o povo descartou a continuidade automática do governo Dilma como principal opção.”
Mesmo entre os mais próximos do senador mineiro, há cobranças para que ele seja mais incisivo. “O que a pesquisa mostra é que todos os candidatos que não são Dilma Rousseff ou Marina Silva precisam falar mais com o povo”, afirmou o deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE).
No dia 17 de novembro, os chilenos irão às urnas para eleger o seu novo presidente. A provável vitória de Michele Bachelet deve significar mudanças estruturais na política interna do país. Contudo, apesar da ex-presidenta, que já governou o Chile entre 2006 e 2010, representar mais uma vitória da corrente esquerdista que já domina o cenário sul americano, a relação, principalmente econômica, entre o Mercosul e o Chile não deve sofrer grandes alterações.
Após vencer as preliminares com folga, reunindo 73,05% dos votos, Bachelet figura como a favorita nas eleições chilenas. Além disso, A Renovavión Nacional, partido de centro-direita, do atual presidente Sebastián Piñera, enfrenta uma crise em relação à definição do seu candidato. Pablo Longueira, que seria o escolhido, renunciou após entrar em um quadro de depressão. Por isso, a nova candidata da situação será Evelyn Matthei, a atual ministra do Trabalho. Outros concorrentes à presidência, como Marco Enríquez-Ominami, do independente Franco Parisi e Marcel Claude, do Partido Humanista, correm por fora. Em pesquisa realizada por entidades chilenas, 76,9% das pessoas acreditam que Bachelet será eleita.
Bachelet aparece com folgas nas pesquisas
Atualmente, políticos de centro-esquerda figuram nos principais postos dos governos sulamericanos. Desde Dilma no Brasil, até o sucessor de Cháves, Nicolás Maduro na Venezuela, passando pelo equatoriano Rafael Corrêa, o uruguaio José Mujica, Ollanta Humalla no Peru, Evo Morales na Bolívia e Cristina Kirchner na Argentina, os países latinos vêm concentrando maiores esforços em investimentos sociais e medidas nacionalistas. Tanto em casos mais radicais, como na Venezuela ou Bolívia, onde há, declaradamente, o seguimento da ideologia bolivariana, que se baseia no conceito de justiça social promovida por Simón Bolívar, quanto em governos mais “moderados”, como no Brasil, a corrente esquerdista conquista altos índices de popularidade.
O retorno de Bachelet, que deixou a presidência com índice recorde de cerca de 80% de aprovação, mas que não pôde concorrer à reeleição devido ao impedimento dentro da legislação chilena, realinharia o Chile, politicamente, com os demais países sulamericanos. A Colômbia, governada por Juan Manuel Santos, que é apoiado pelo Partido Conservador Colombiano, de centro-direita e o Paraguai, que realizou eleições recentemente, com a vitória de Horácio Cartes, do Partido Colorado, também de centro-direita, são as exceções desse cenário.
No entanto, devido à dependência chilena sobre a economia dos EUA, e à ausência de indústrias nacionais, as relações econômicas do Chile com o Mercosul não deverão ser alteradas profundamente. Para o professor José Maurício Domingues, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), a tendência de exportação de produtos primários não deve se alterar. “A relação com o Mercosul não deve mudar, pois a economia chilena é muito vinculada à norte-americana. Bachelet até parece ser sensível a essa questão, mas uma alteração brusca é muito difícil, o peso do neo liberalismo ainda é bem forte. O caminho para ser membro pleno do bloco não é provável”, explicou.
O Mercosul é formado, hoje, por quatro países membros plenos: Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela, que substituiu o Paraguai, suspenso do bloco desde o golpe político que destituiu Fernando Lugo do poder. Com as novas eleições, o país poderia retornar. No entanto, o novo presidente eleito, a princípio, não demonstra disposição para a volta, em retaliação à suspensão que, segundo Cartes, foi decidida de modo arbitrário e injusto. Outros países participam como associados: Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru; e ainda dois outros como observadores: Nova Zelândia e México.
Integração distante
Desde 1996 existe um Acordo de Complementação Econômica entre Mercosul e Chile, e já houve 55 aditivos desde então. Segundo o portal do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do governo brasileiro, o “Acordo tem entre seus objetivos o estabelecimento de uma área de livre comércio entre as Partes; criação de um espaço econômico ampliado, que facilite a circulação de bens e serviços e a plena utilização dos fatores produtivos; promoção, complementação e cooperação econômica, energética, científica e tecnológica”.
No início do ano, Dilma e Piñera assinaram três acordos de cooperação nos campos da educação, cultura e pesquisa na Antártica, e disseram que seus países avançam para “uma relação sem fronteiras”. Entretanto, para Domingues, uma integração eficiente entre os países latinos, mesmo com o Mercosul, ainda está muito distante, já que a ausência de indústrias em muitos dos países latinos não possibilita acordos de complementaridade vantajosos. Assim, os países com economias fundamentalmente agrárias preferem fazer acordo com os EUA:
“A integração do Brasil com o Chile e com a maioria dos países vizinhos é parcial. Em termos de educação e ciência, é muito pequena. Economicamente é difícil, pois poucos possuem indústrias próprias. O Chile exporta muito pouco, nós vamos trocar o que? Carne por vinho? Soja por salmão? A Europa começou com acordo entre carvão e aço, o que era interessante, e a partir daí foi se aprofundando nas áreas educacional, tecnológica e econômica. A América Latina ainda está muito longe disso. O Brasil não pode só pensar em abrir mercados nos países sul-americanos, enfraquecendo suas indústrias. O que nos interessa é que eles se desenvolvam o suficiente para que cresça o compartilhamento, as trocas e a integração”, explicou.
Mesmo com a aparente dificuldade de conseguir mudanças na política de comércio e desenvolvimento exterior, a estrutura interna do Chile pode se alterar profundamente. Para o professor, se Michele Bachelet realmente voltar ao poder, ela terá a oportunidade de eliminar a herança da ditadura militar que permanece no país até hoje, em esferas políticas, sociais e jurídicas. A transição chilena do governo dos militares para a democracia sofreu muita influência da corrente “neo Pinochet”, inclusive na elaboração da constituição, o que deixa resquícios até os dias atuais:
“Essa transição, da forma que foi feita, travou a política e o desenvolvimento de políticas sociais do Chile. Na última década, o movimento estudantil vem destacando isso. O retorno de um governo de esquerda pode resultar em modificações na sociedade, como mais democracia na política, atendimento às demandas sociais, principalmente educação e saúde. O sistema de pensões que deve representar um obstáculo grande, difícil de ser derrubado. Após ser totalmente privatizado, o sistema não funciona com eficiência, e as pessoas recebem muito pouco.”, concluiu o professor José Maurício Domingues.
Uma reportagem desta semana da edição impressa da revista britânica The Economistdiz que o mau desempenho da oposição nas últimas pesquisas de intenção de voto confirma o favoritismo da presidente DilmaRousseff em sua tentativa de se reeleger em 2014.
A reportagem é publicada pela BBC Brasil, 08-08-2013.
A publicação lembra que Dilma sofreu uma forte queda em sua popularidade devido à onda de protestos que varreu o Brasil. Ainda assim, a presidente, afirma a revista, segue como favorita na disputa presidencial do ano que vem, em grande parte devido à falta de um oponente à altura.
A Economist cita de imediato o caso do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, provável candidato à presidência pelo PSDB. A revista diz que Neves teve “pouco impacto” no cenário nacional desde que se tornou senador, em 2011, e que registrou apenas uma ligeira alta nas últimas pesquisas de intenção de voto.
A publicação acrescenta que o ex-governador de Minas Gerais vem demonstrando preocupação sobre disputas internas. A Economist destaca que Neves enfrenta oposição de José Serra, ex-candidato à presidência por duas vezes e ex-governador de São Paulo, que pretende, aos 71 anos, se lançar novamente à corrida presidencial, ameaçando trocar de partido caso uma primária não seja convocada para definir o candidato do PSDB.
A revista também destaca como uma “ameaça potencial” aos planos do partido à sucessão de Dilma as denúncias sobre uma suposta formação de cartel por empresas que constroem e operam as linhas do metrô e do trem de São Paulo, que “teria custado milhões de reais ao Estado”, governado pelo PSDB desde 1995.
Sobre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, outro provável adversário da presidente nas eleições do que vem, a Economist diz que o PT vem trabalhando para impedir sua candidatura pelo PSB, uma vez que o partido faz parte da base governista.
A única beneficiária dos protestos, ressalva a revista britânica, foi Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula. A publicação cita uma pesquisa do instituto Ibope em que Dilma venceria Marina por uma margem apertada de votos em um eventual segundo turno.
Por outro lado, segundo a publicação, um dos maiores obstáculos da ex-ministra durante a corrida presidencial seria o tempo que seu novo partido, a Rede Sustentabilidade(REDE), teria disponível nas TVs e no rádio.
A Economist conclui a reportagem afirmando que a maior ameaça à Dilma, além de uma “economia estagnada”, é uma eventual deserção de aliados de sua coalizão de governo, que reúne hoje 17 partidos.
Brasília – O Brasil dará refúgio a 58 colombianos, atualmente residentes no Equador, que foram ameaçados de morte em seu país de origem – alguns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Essas famílias apresentaram o pedido de refúgio no Brasil ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
No Rio Grande do Sul, ficarão assentados 33 refugiados, encaminhados com apoio da Associação Antônio Vieira. Por meio do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Guarulhos (CDDH), o estado de São Paulo receberá os demais colombianos.
Os pedidos foram acolhidos pelo Acnur, cujo programa mundial de reassentamento e refúgio tem participação do Brasil, explicou o coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Virginius Franca Lianza. “O Conare verifica as possibilidades de integração de cada caso em separado. O primeiro ano de moradia das famílias reassentadas é custeado pelo próprio Acnur. Já a sociedade civil realiza a integração local dos refugiados, e o governo brasileiro trata da legalização e proteção dessas pessoas no Brasil.”
O presidente do Conare, Paulo Abrão, destacou que a agenda prioritária do Conare está centrada não somente na análise de mérito dos pedidos de refúgio, mas também na formulação de políticas de integração. De acordo com Abrão, o Conare é responsável pela articulação do sistema de proteção ao refugiado, em todas as suas dimensões, incluindo a formulação de políticas e serviços de atendimento e de integração social.
O primeiro reassentamento de refugiados no Brasil foi feito em 2002, com a chegada de 23 afegãos ao Rio Grande do Sul. Segundo o Conare, atualmente, 467 refugiados estão reassentados em território brasileiro: 324 colombianos, 96 palestino, 27 equatorianos, nove afegãos, três venezuelanas, três apátridas, um congolês, uma costarriquenha, uma iraquiana, uma jordaniana e uma libanesa.
Edição: Nádia Franco
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