A Rede de Marina: Uma nova política ou uma nova direita?

by bloglimpinhoecheiroso

 

Marina_HeloisaHelena02

Heloísa Helena e Marina Silva, elas se merecem.

Nem de direita, nem de esquerda, nem de centro. A Rede se traveste de uma “nova política”, mas parece que o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, começou esta prática antes de Marina Silva.

Eric Gil, via Pragmatismo Político

As jornadas de junho mudaram totalmente a conjuntura política do Brasil. A reeleição de Dilma Rousseff, que já era dada como certa, ficou em xeque com a queda de sua popularidade, que segundo pesquisa da Datafolha caiu de 65%, em março deste ano, para 36% em agosto. Até já circula pelos meios políticos um suposto “Volta Lula!”.

Mas o privilégio não foi apenas da atual presidente. Ocorreu uma queda quase que sincronizada de todos os governadores e prefeitos dos principais estados e cidades, além disto, o congresso nacional também assistiu sua avaliação (já não muito) positiva cair de 21%, em março, para 13% em agosto.

No entanto, um nome despontou junto a este período conturbado, o da ex-senadora Marina Silva. Na pesquisa da Datafolha, Marina foi a única pré-candidata à Presidência que permaneceu em ascendência nas pesquisas, passando de 14% em março para 22% em agosto (maior pontuação entre a oposição).

Marina Silva conta com a construção de uma nova estrutura partidária para a disputa eleitoral do próximo ano, a Rede Sustentabilidade. O novo partido ainda está em fase de legalização, e já conta, segundo seu site oficial, com 859 mil assinaturas de eleitores brasileiros, número que contrasta com o que os cartórios registraram como aptos a serem considerados legais, que está muito abaixo das 500 mil assinaturas necessárias, problema que está emperrando o registro do seu partido, mas que provavelmente não será problema até outubro.

Nem de direita, nem de esquerda, nem de centro

A Rede se traveste de uma “nova política”, mas parece que o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, começou esta prática antes da “ambientalista”, ao dizer, enquanto legalizava seu partido, o PSD, que “não será de direita, não será de esquerda, nem de centro”. Marina acrescentou mais um elemento em seu discurso: “nem situação, nem oposição”.

Ela pega carona no que o dramaturgo alemão, Bertolt Brecht, chamaria de “tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada” para convencer seus eleitores de que não há mais diferença entre esquerda e direita, praticamente mais uma alusão ao fim da história, como Fukuyama já havia feito pós-queda do muro de Berlim.

Apesar da tentativa de se colocar acima do bem e do mal, o que não falta são contradições entre a sua política e o seu discurso.

Quem não se lembra da campanha de 2010? Ao ser questionada sobre uma das principais pautas dos movimentos ambientalistas internacionais – a construção de Belo Monte –, a ex-Partido Verde se colocou em cima do muro ao dizer: “Não sou contra e nem a favor. O projeto deve ser objetivo. Do ponto de vista cultural, social e ambiental, o empreendimento deve ser ético e respeitar a diversas culturas da região”.

Outro ponto é a diversidade, que a pré-candidata afirma ser uma das características do seu novo partido. Mas e a defesa ao principal símbolo de intolerância – seja homofobia, racismo ou machismo – da atual política nacional, o pastor Marco Feliciano (PSC)? Marina declarou, em maio deste ano, no auge do debate sobre a presidência da comissão de direitos humanos, que o parlamentar estava sendo hostilizado “mais por ser evangélico do que por suas posições políticas equivocadas”, tentando blindá-lo das críticas.

E a transparência? Segundo reportagem do Estadão, o processo de legalização do partido já consumiu R$800 mil, e até o prazo final a estimativa dos gastos é que aumente ainda mais 15%. E quem paga esta conta? Sobre isto, a REDE apenas declarou ao mesmo jornal que “são centenas de doadores financeiros que contribuíram com os gastos até o momento e milhares de pessoas que doaram seu tempo, em coleta de assinaturas, em processamento e relação com cartórios”. Mas entre eles estão nomes ligados às maiores empresas do País, como Neca Setúbal, herdeira do banco Itaú, e o bilionário Guilherme Leal, um dos donos da Natura, que foi candidato à vice na chapa de Marina, pelo PV, nas eleições presidenciais de 2010.

Como já diria um ditado popular, “quem paga, escolhe a música!”, e na política não é diferente. Este é o padrão já seguido por outras grandes candidaturas, principalmente o PSDB e o PT na empreitada à presidência da república, que são bancados pelas maiores empresas do país, como o Bradesco e o Itaú, que investem milhões nas suas campanhas.

O que esperar, então, de um partido que já nasce com tantas contradições? Eu apostaria em mais do mesmo! Talvez pior do que isto, pois segue a tendência criada, neste país, pelo PMDB, e que agora é seguida pelo PSD, onde se constrói a imagem de que está todo mundo junto e misturado, não existe esquerda, nem existe direita, somos todos brasileiros prontos para ajudar o nosso glorioso país!

Eric Gil é economista formado pela Universidade Federal da Paraíba, mestrando no Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná. Escreve quinzenalmente para Pragmatismo Político.

***

Nos jornais: Marina pede à Justiça nova regra para criação da Rede

See on Scoop.itBOCA NO TROMBONE!

Folha de S. Paulo Marina pede à Justiça nova regra para criação da Rede Sob ameaça de não conseguir criar a tempo o partido com o qual planeja disputar a Presidência da República em 2014, a ex-senadora Marina Silva pediu ontem o registro da Rede…

See on congressoemfoco.uol.com.br

Marina passa o carro na frente dos bois. TSE topa?

See on Scoop.itBOCA NO TROMBONE!

Mesmo sem que as assinaturas tenham sido reconhecidas pelos cartórios, a ex-senadora entrega hoje ao Tribunal Superior Eleitoral o pedido de registro da Rede Sustentabilidade.

See on www.brasil247.com

Fraude nas assinaturas: Justiça pede investigação sobre Rede de Marina

bloglimpinhoecheiroso

Marina_Biquinho02

Via Brasil 247 em 21/8/2013

Justiça Eleitoral acionou o Ministério Público e a polícia para investigar indícios de fraude e irregularidades na coleta de assinaturas em São Paulo para a criação da Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva.

Segundo informações da Folha, em Ourinhos, no oeste paulista, ao menos dois eleitores que aparecem na lista de apoiadores da legenda declararam não ter assinado nenhuma ficha do partido. Indícios de fraude também foram informados por cartórios de Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo e em São José do Rio Preto, em São Paulo.

Segundo o promotor responsável, Marcos da Silva Brandini, terá de ser feito o exame grafotécnico para confirmar se as assinaturas são ou não dos eleitores. O partido rebateu a suspeita e afirmou em nota que os problemas podem ter sido provocados pela falta de parâmetros dos cartórios na certificação dos apoios.

Em segundo lugar nas…

Ver o post original 94 mais palavras

CANDIDATURA DE MARINA SILVA ESTÁ POR UM FIO

CANDIDATURA DE MARINA SILVA ESTÁ POR UM FIO

:

 

Rede Sustentabilidade não conseguiu as assinaturas necessárias para a criação do partido e o prazo se encerra na próxima quinta-feira; aliados estão jogando a toalha

 

10 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 09:26

 

247 – Só um milagre fará nascer o partido Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. A poucos dias para o fim do prazo de entrega das 500 mil assinaturas necessárias, o partido não obteve nem a metade. Leia, abaixo, na coluna de Ilimar Franco:

O sonho e a realidade – ILIMAR FRANCO

A candidatura de Marina Silva está por um fio. Seus aliados jogaram a toalha. Não creem mais na criação da Rede. A data limite, fixada pelo partido, para garantir a burocracia, se encerrará na quinta-feira. Nem a metade das assinaturas foram certificadas. As portas do PV estão fechadas e seu principal aliado, Fernando Gabeira, se retirou da política. Sondado, o PPS está à espera de José Serra.